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2023 07 18 Rayne PazEscrito por Rayne Paz, voluntária no Ministério Irmã Rosa de Ferro em Salvador, Brasil

Em 2019 participei de um programa missionário, e fui enviada junto com uma equipe para servir em uma congregação no Peru (somos do Brasil). Sabíamos que lá teríamos a possibilidade de criar muitos vínculos com as pessoas, afinal havíamos sido ensinados a isso, e desde o nosso período de treinamento sabíamos que teríamos a assistência de um coordenador em campo para nos ajudar e nos instruir nesse novo meio.

Ter alguém de quem aprender foi de suma importância para que eu e meu time missionário obtivéssemos bons relacionamentos na nossa missão. O nosso mentor e sua esposa nos direcionavam na cidade, na língua, no contato com os irmãos e em tantas outras atividades. Contudo, para isso, era necessário que tivéssemos algumas atitudes na posição de aprendizes e gostaria de compartilhar alguma delas com vocês:

  1. Disposição para aprender - É necessário que no processo de aprendizagem haja interesse, criar relacionamentos é custoso, não dá para querer relacionar-se sem disposição a aprender ou simplesmente ter medo de lidar com os desenvolvimentos de laços seja com seu mentor ou com as demais pessoas. Na Bíblia, vemos que na mentoria entre Moisés e Josué, Deus já havia deixado um encorajamento para que ele pudesse não desanimar nesse processo, afinal estaria a cabo de relacionar-se diretamente com milhares de pessoas. “Não foi isso que eu ordenei? Seja forte e corajoso! Não tenha medo, nem fique assustado, porque o Senhor, seu Deus, estará com você por onde quer que você andar.” (Js 1:9, NAA).
  2. Ter humildade e submissão - Infelizmente muitas vezes interpretamos mal o conceito de humildade e submissão, isso pode nos levar ao repúdio dessa prática. Porém, esses são conceitos que à luz das Escrituras nos trazem sentidos genuínos, quando nos submetemos e aprendemos humildemente nós podemos aplicar melhor os ensinamentos que recebemos pois sabemos que são efetivos e confiáveis para praticar. Claro que essa confiança advém de um mentor que seja inspirado e devoto ao Senhor a fim de que nos transmita fielmente a vontade Dele. Durante a guerra contra os Amalequitas, Moisés deu instruções a Josué para que ele reunisse homens para a luta e ele submeteu-se obedecendo às ordenanças de Moisés, afinal sabia que Moisés era um profeta de Deus. “Josué fez como Moisés lhe havia ordenado e lutou contra os amalequitas. Porém Moisés, Arão e Hur subiram para o alto do monte.” (Êx. 17:10)
  3. Desenvolver paciência para observar - Durante meu período missionário precisei ter muita atenção em observar os costumes, a língua e o comportamento do novo ambiente onde eu estava. O nosso orientador nos recomendava muito a fazer isso para que antes de nos aventurarmos sem direção, pudéssemos entender e só então executar quaisquer atividades que fossem. Isso nos ajudou bastante principalmente para evitar situações em que poderiam se tornar barreiras na construção de novos relacionamentos. Antes de se tornar líder do povo, Josué precisou acompanhar 40 anos do trabalho de Deus através do seu mentor Moisés e isso com certeza contribuiu para o desenvolvimento lá na frente do seu ministério.
  4. Prontidão para pôr em prática - De fato, a verdadeira aprendizagem só vem acompanhada de realizações práticas. Passadas algumas semanas da chegada da minha equipe ao campo missionário nós já começamos a praticar o que havíamos aprendido e o que continuávamos aprendendo dia a dia. Já podíamos iniciar conversações, estar em grupos de casa, evangelizar, estar em comunhão com os irmãos, estar servindo a congregação e dia a dia fomos desenvolvendo relacionamentos e vínculos que sem sombra de dúvidas levaremos por toda nossa vida. Nosso coordenador agora acompanhava de longe, se precisássemos ele estaria ali, mas naquela altura já estávamos desenvolvendo bons frutos. Moisés precisava ir, era chegada a hora de Josué pôr em prática o que ele havia aprendido e o desafio era tremendo, mas o Senhor estava com ele. “Moisés chamou Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: — Seja forte e corajoso, porque, com este povo, você entrará na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a seus pais; e você os fará herdá-la.” (Dt. 31:7)

A mentoria é um processo de aprendizagem mútuo e abençoado tanto para o mentor quanto para o aprendiz, essa troca permite-nos desenvolver e servir de forma mais pessoal e não genérica. Precisamos aproveitar as oportunidades e nos agarrar em pessoas que ensinem e instruam de maneira fiel a Deus, que são maduras, que nos acolhem e que nos transmitem o que um dia também foram ensinadas. Da mesma forma nós passaremos adiante esses ensinos para que hajam cada vez mais mentoras e aprendizes do Senhor Jesus. Acima de tudo nesse relacionamento haverá a aprendizagem com o supremo mentor: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma.” (Mt 11:29).

Você já se aproximou de alguém para mentorear ou ser mentorado? Pense sobre essa relação de troca de bênçãos.

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