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2022 05 03 Blog PortEscrito por Débora Rodrigo, voluntária do Ministério Irmã Rosa de Ferro em Arequipa, Perú.

Todas as mulheres ao seu redor eram mães. Ser mãe era algo que proporcionava a razão de existir para as mulheres daquela época e cultura, lhes dava valor em meio à suas famílias e sociedade. Mas Ana não tinha filhos. Ana estava vazia. Estava sozinha. Se sentia inútil. Desprezada pela sociedade. Boa para nada. Seu marido não podia compreender esse sentimento de impotência que desolava seu coração. Ele lhe perguntava: porque você precisa de um filho? Eu não sou suficiente? Mas, obviamente, ele já tinha filhos com outra mulher. Ela era incapaz de ter filhos. Se sentia observada, assinalada. Quando caminhava pelas ruas sentia que outras mulheres a observavam com pena. Ela imaginava o que elas estariam pensando. Ali estava Ana, a mulher que não podia dar filhos ao seu marido. A que nunca sentiria os chutes de um bebê em sua barriga, a que nunca amamentaria seus filhos. Algumas mulheres a ridicularizavam. Nós sim temos filhos, não somos como você. Algo deveria estar errado com ela. Ou pelo menos isso é o que ela pensava.

A angústia crescia com o passar do tempo. As possibilidades de que o milagre acontecesse eram reduzidas consideravelmente com o passar do tempo. Os anos passavam sem parar, a esperança diminuía. A impotência crescia e junto a ela o desespero. Mas pouco a pouco o coração de Ana se enchia de angústia. Solidão. Amargura. Ninguém podia entender como o peso profundo da tristeza a sufocava. Era impossivel de explicar. Não havia uma maneira em que outras pessoas pudessem compreender esse terrivel túnel sem fim pelo que Ana caminhava cada dia. Sozinha.

Cada ano, Ana, junto ao seu marido, que também acompanhava sua outra esposa e os filhos que ela lhe havia dado, viajavam ao santuario de Siló para adorar a Deus. Era um costume familiar, um compromisso ao que não faltavam. Mas este ano Ana viaja completamente devastada e sem energia, sem ânimo nem mesmo para alimentar o seu próprio corpo. Ao chegar ali, ela sabia que tinha que restirar-se ao santuário e orar a Deus no silêncio de sua solidão. Precisava se liberar dessa tristeza profunda. Palavras sem som saiam de sua boca e se misturavam com as lágrimas que emanavam de seus olhos sem descanso. Ali, em meio a sua solidão, Ana voltou seu coração a Deus. O esvaziou completamente. Lhe suplicou que leve seu fardo pesado. Ali, por fim, Ana sentiu que era entendida. A medida que sua oração fluía, uma energia vibrante fortalecia o seu corpo e sua alma. E então, pouco a pouco Ana permitiu que a tristeza abandone sua mente e seu ser e se esvaziou da angústia que a havia controlado durante tanto tempo. Ana permitiu que Deus lhe devolva seu ar, mesmo em meio a seu terrível sofrimento. Qualquer pessoa que visse Ana naquele momento, completamente entregue aos braços de Deus, a houvesse considerado louca, ou até mesmo embriagada. Como o próprio sacerdote pensou que ela estava. Mas ela simplesmente era uma mulher devastada, rendida ante um Deus que a amava e entendia seu sofrimento. O único que poderia consolar um coração partido em tantos pedaços como o seu.

Depois de orar durante um tempo, Ana enxugou suas lágrimas, se levantou e regressou a sua família. Mas desta vez, com suas forças renovadas, sem o fardo pesado do abismo de sua tristeza. Recuperou seu apetite e sentia motivação suficiente para seguir adiante. Deus havia consolado o seu coração. Até que enfim, o fardo pesado da tristeza se sentia mais leve, e até mesmo insignificante. A pesar do desejo de ter um filho continuar sendo forte, esse sofrimento era muito mais tolerável. Ela sabia que não estava sozinha. Sabia que era amada e entendida.

Alguns anos passaram antes que Ana voltasse àquele mesmo lugar e pisasse no mesmo solo que a havia visto chorar desconsolada e encontrar o consolo que necessitava. Desta vez, no entanto, as lágrimas em seus olhos eram de alegria. As palavras, inaldíveis naquele momento, agora eram claras e firmes, as frases que antes imploravam por ajuda agora eram exclamações de gratidão e regozijo. Gratidão por esse filho que Ana agora abraçava. Regozijo por um coração que encontrou em Deus a esperança que havia perdido. Esse filho que ela havia sentido crescer dentro de si mesma pertencia a Deus e e ela o entregava a Deus. Deus havia substituído sua angústia por um gozo exorbitante. Agora ela se sentia completa, transbordando em gozo.

 

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