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Amanda SantosEscrito por Amanda Santos, voluntária no Ministério Irmã Rosa de Ferro em João Pessoa


Quando eu era criança minha mãe sempre falava que “Deus nos deu dois ouvidos e uma boca, porque devemos ouvir mais e falar menos”. Embora, na maioria das vezes ela só estivesse me repreendendo por ser uma criança que falava muito durante as aulas e cultos, ela estava quase parafraseando o versículo de Tiago 1.19: “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.”



O tema de hoje fala que “escutar é uma ação altruísta”. Se buscarmos na internet o significado de altruísta encontramos que se refere a alguém que se preocupa com os outros e age de forma voluntária para beneficiá-los. A Bíblia contém vários versículos que falam sobre altruísmo, como: Filipenses 2:3-4 "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros." E João 13:34: "Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros." Podemos então dizer que essa ação de escutar é o mesmo que amar.



Estamos vivendo uma rotina tão corrida, até mesmo os áudios que enviamos nas plataformas de comunicação estamos colocando em velocidade avançada, para ouvir mais e resolver mais rápido. Quantas vezes vamos assistir um vídeo de uma aula, até mesmo de uma pregação e colocamos em “2x”? Quanto mais rápido ouvimos, melhor. Parece que parar e escutar com atenção o que o outro tem a dizer vai nos custar muito. E eu me coloco nessa posição, sempre gostei de fazer as coisas rapidamente, pensar acelerado, resolver logo. Quantas vezes coloquei uma receita para assistir, e antes da pessoa chegar na metade da receita eu decidi que já tinha escutado tudo que precisava e já podia fazer a receita sozinha. Em quase todas as vezes eu falhei na receita e tive que voltar e assistir o vídeo novamente para descobri onde errei. 



Lembro-me de uma professora que me fez um questionamento em sala, ela perguntou “Você ouviu o que eu falei, Amanda?” e prontamente respondi que sim. Então ela voltou a perguntar: “Ok, mas você escutou o que eu disse?”. Talvez de início você tenha a mesma reação que eu tive “Mas não é a mesma coisa? Ouvir e escutar?”. E a resposta é não. Ouvir é a captação de sons pelo ouvido, um processo mecânico e natural que não requer interpretação, mas escutar é a ação de prestar atenção, compreender e interpretar o que se ouve, e fazer uso do que foi ouvido. Eu nunca esqueci esse diálogo e me pego pensando em quantas vezes eu ouvi as pessoas, mas não as escutei.



É necessário esforço, atenção e dedicação para cumprir esse papel de ouvinte.

Esforço, porque precisamos quebrar esse mal da rapidez, se você já se acostumou a ouvir tudo muito rápido, com certeza vai estranhar e até se incomodar quando tiver que ouvir alguém que fala mais devagar. Então sim, precisamos nos esforçar para sermos bons ouvintes.

É necessário atenção, pois facilmente nossa mente nos leva para longe da conversa que estamos, logo lembramos que não tiramos a roupa do varal, que esquecemos de descongelar a carne, tantos afazeres que se não estivermos centradas e com atenção plena naquela conversa nossa mente vai divagar e não iremos de fato estar ouvindo nossa irmã.

E claro, dedicação, em Colossenses 3:23 fala “Tudo o que fizerem, façam de todo coração, como para o Senhor, e não para os homens.” Precisamos nos dedicar dia após dia para sermos boas ouvintes. Lembre-se, ouvir o seu irmão, a sua irmã em Cristo é um ato de amor. É um ato de serviço ao reino de Deus.



Quando estamos dispostos a escutar o que uma irmã tem a falar, estamos dando a ela um espaço seguro e confiável onde ela possa contar seus problemas, confessar seus pecados e dividir os seus pedidos de oração à Deus. Estar aberta a ser essa pessoa, que ouve com o coração aberto e ama sua irmã é servir ao Senhor. Se uma irmã lhe procura para conversar, ela acredita que estará em um local seguro, sem julgamentos, mas com muito amor. 



Que possamos estar atentas e disponíveis para sermos instrumentos de Deus na vida de nossos irmãos, e que nossos ouvidos estejam abertos para escutar o que eles precisam nos contar. Que nossos corações estejam prontos para amar e exortar quando for necessário. E que de nossos lábios saia a apenas a palavra de Deus.

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