Compartilhem o que vocês têm com os santos que estão em necessidade e procurem ser hospitaleiros. (Rm 12:13 NVI)
Não se esqueçam da hospitalidade, pois foi praticando‑a que, sem saber, alguns acolheram anjos. (Hb 13:2)
Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação. (1Pe 4:9)
Quando eu era criança, sempre que pensava em hospitalidade, pensava em convidar pessoas para uma refeição saborosa, uma boa conversa e uma sobremesa. Meus pais faziam isso com frequência e eu adorava sentar e ouvir os adultos contarem histórias e rirem juntos. Como uma adulta que vive em uma cidade onde os preços das casas são absurdamente elevados, não posso comprar uma casa suficientemente grande para acolher mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Eu tenho um quintal grande e nas noites frescas de verão posso acomodar um grupo maior, mas na maior parte do tempo estou limitada nesta forma de hospitalidade.A boa notícia para mim é que existem outras formas de hospitalidade e acho que é isso que a Bíblia transmite, mais do que simplesmente receber alguém em sua casa. Jesus também não tinha uma casa para convidar as pessoas para jantar. Na verdade, muitas vezes ele precisava de um lugar para ficar para si e seus seguidores, mas Jesus é a imagem definitiva da hospitalidade. A palavra grega usada em Romanos 12:13 para hospitalidade significa “amor ao estrangeiro”. Conheço muitas pessoas que abrem suas casas e são excelentes anfitriões para reuniões de pequenos grupos, jantares e noites de jogos. Em contrapartida, todo mundo já foi convidado para a casa de alguém na qual você não se sente bem-vindo nem confortável. Há muitos motivos pelos quais me sinto desconfortável numa casa, seja porque é tão limpa que tenho medo de sair do tapete de boas-vindas ou porque o cônjuge fica sentado na poltrona o tempo todo, fumando e jogando Tetris (história verídica), ou às vezes não foi oferecida comida ou bebida ou a conversa é tensa e estranha.
Fica claro nestes cenários que simplesmente abrir a sua casa aos outros não é hospitalidade. O dicionário Webster dá essa definição de hospitalidade: “oferecer um ambiente agradável ou sustentável ou ser prontamente receptivo”. Parece que ser hospitaleiro envolve muito mais do que eu pensava inicialmente. Tenho uma amiga que faz com que todos que entram em sua casa se sintam amados, seguros e confortáveis. A casa dela é limpa, mas não chique. Ela recebe você com um grande sorriso e geralmente tem algo preparado para que você possa se sentir em casa e se servir um lanche ou uma bebida, se quiser. Há um ar indefinível de carinho e aceitação. Uma grande parte da sensação de boas-vindas na casa da minha amiga é a personalidade dela.
Posso não conseguir realizar reuniões em minha casa, mas posso levar comigo o sentimento de aceitação, carinho e amor aonde quer que eu vá. Jesus tinha essa mesma qualidade. Por exemplo, quando uma mulher foi atirada aos seus pés por uma multidão que exigia a sua morte brutal, Jesus desceu ao nível dela até que a multidão recuou e ficaram apenas os dois. Quando a multidão se foi, Ele falou com ela com amor e perdão. Quando Ele conheceu uma mulher num poço com uma longa história de pecado, Ele conversou com ela, reservou um tempo para conhecê-la e ofereceu mais do que ela jamais poderia sonhar; a água viva do amor de Deus. Repetidas vezes, Jesus cumprimentava os marginalizados, os degenerados e os pobres com respeito, amor e um espírito de hospitalidade. Hospitalidade é amar os estranhos como Jesus amou; vê-los verdadeiramente e ser hospitaleiro com sua pessoa.
Os prédios das nossas igrejas também são locais onde grande hospitalidade pode ser demonstrada. Quão vergonhoso é quando um visitante se junta a nós enquanto adoramos a Deus e se sente indesejado ou invisível. A reunião da igreja deve ser um lugar onde os perdidos, os feridos, os desanimados e os fiéis se sintam seguros, amados e bem-vindos. Na sociedade de hoje, os cristãos têm a reputação de hipócritas críticos. Eu costumava achar isso ofensivo, mas a experiência me ensinou que essa reputação não é totalmente injusto. Na minha história pessoal, o foco da pregação era principalmente sobre pecados e levar os pecadores ao arrependimento. Acho que um pouco mais de hospitalidade pode ajudar muito a trazer os perdidos a Jesus do que um sermão inflamado. Afinal, quando Jesus falou aos perdidos, ele teve grande compaixão e misericórdia. Ele reservou os seus sermões mais duros para os líderes religiosos que oprimiam o povo com as suas leis feitas pelos homens, em vez de praticar a justiça, amar a fidelidade e andar humildemente com o seu Deus (Mq 6:8).
Irmãs, que sejamos comprometidas a ofecerer hospitalidade onde quer que formos.